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Asperger é autismo? Entenda!

09.05.2023
Autismo Outros transtornos

A Síndrome de Asperger, ou simplesmente Asperger, era um distúrbio neuropsicológico comum ao TEA, porém mais brando. Um tipo de “autismo leve” e quase imperceptível, como ficou conhecida. Hoje, entendemos que tudo se encontra dentro do mesmo espectro e podemos dizer: Asperger é autismo nível 1 de suporte!

O conceito caiu em desuso após as últimas atualizações dos principais manuais utilizados por médicos e profissionais para realizar diagnósticos. São eles:

  • DSM-5 (5ª edição do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), lançado em 2013;
  • CID-11 (11ª edição da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde), elaborado em 2018 e válido desde janeiro de 2022.

De maneira geral, podemos dizer que a condição era vista como algo separado do autismo por apresentar características muito tênues, nunca associadas à deficiência intelectual e nem atrasos na fala. Seu modelo de diagnóstico diferencial seguia dois critérios:

  1. Déficits ininterruptos na comunicação social e interação social;
  2. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamentos, interesses e atividades.

Com o passar do tempo, entendemos que o TEA é um espectro amplo. Sendo assim, a tendência que se concretizou foi a de unificar diagnósticos.

Por que unificar?

Como já dito, o autismo representa um espectro e dentro dele existem muitas possibilidades de características, com variadas intensidades. Mesmo nos casos de nível 1 de suporte, podemos identificar maiores ou menores dificuldades para se expressar, compreender nuances sociais e ter a flexibilidade de conversar sobre assuntos fora daqueles que são de interesse restrito, os chamados hiperfocos.

Por isso, especialistas e órgãos competentes julgaram pertinente derrubar a classificação anterior e colocar tudo dentro da mesma “caixinha”. Agora, quem antes seria considerado Asperger, é considerado autista nível 1 de suporte e apresenta os sintomas mais leves possíveis do TEA, com pouca necessidade de auxílio e grandes chances de conquistar independência.

Mas pouca necessidade não significa nenhuma! Como autistas, eles apresentam características que precisam ser trabalhadas para alcançar uma melhor qualidade de vida. Os Asperger muitas vezes tinham seus sintomas negligenciados e isso é extremamente prejudicial, porque abre precedentes para que dificuldades sejam acumuladas!

Indivíduos autistas do nível 2 de suporte, por exemplo, têm boas chances de “regredir” na escala e passar a apresentar características do nível 1, quando trabalham bem a terapia. Da mesma forma, quem é do nível 1, quando não acompanhado, pode acumular esses sinais sutis que serão muito mais difíceis de serem trabalhados na vida adulta.

Fique atento aos sinais

Agora que vocês já sabem o que era a Síndrome de Asperger, por que ela mudou de nome e foi incluída dentro do TEA, fiquem atentos aos sinais!

É comum que autistas do nível 1 de suporte venham a apresentar indícios do TEA em uma idade mais avançada e de uma forma que pode passar despercebida. Então, se notados, devemos agir o mais rápido possível para buscar ajuda especializada e se capacitar. Somente assim conseguiremos estimular as áreas que precisam de atenção!

No canal do YouTube da Mayra Gaiato, temos um vídeo falando um pouco mais sobre essa mudança de termos, acesse e confira:

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Autor(a): Equipe Instituto Singular

Psicólogas e Terapeutas

Esta dica foi escrita em conjunto por algumas psicólogas e terapeutas do Instituto Singular. Todos os artigos deste site são escritos por profissionais especializados em autismo e desenvolvimento infantil.

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