Autismo na escola
Acompanhamento terapêutico na escola é um dos recursos importantes nos cuidados dos pequenos com autismo.
Mas o que é esse acompanhamento? Quais são seus benefícios? É o que veremos a seguir!
A clínica e a escola: um trabalho em conjunto
A escola é o principal ambiente social da criança. Lá, ela passa várias horas do dia e convive com uma quantidade de amigos que não se encontram em outro lugar.
Muitas vezes, porém, quando temos oportunidade de observar crianças com autismo na escola, percebemos que participam pouco das brincadeiras com os coleguinhas e das atividades que a professora ensina. Vemos nossos pequenos isolados em um canto da sala, usando objetos de forma pouco proveitosa.
Os professores demonstram bastante interesse em maneiras de incluir e ensinar as crianças com autismo, mas sabemos que, muitas vezes, essa tarefa pode ser desafiadora.
Quando pensamos em uma criança com desenvolvimento atípico, as dificuldades de aprendizagem podem ser mais acentuadas. Por consequência, esses alunos necessitam de mais ajuda e cuidados para realizar as atividades pedagógicas e sociais.
É de extrema importância para o desenvolvimento que a criança participe dessas atividades que são oferecidas na escola! Pouco adianta o pequeno receber terapias na clínica ou em casa, mas passar as várias horas que está na escola sem fazer as atividades que seus coleguinhas fazem.
Assim, o trabalho deve ser feito de maneira conjunta, para que os esforços dos profissionais da escola se unam aos dos profissionais da clínica. Por isso, muitas vezes é importante que a criança esteja acompanhada, na escola, por uma pessoa especialmente capacitada. Aqui entra o papel do acompanhante terapêutico (AT)!
Professores buscam recursos e alternativas para ajudar os pequenos com autismo, mas essa tarefa não depende apenas dos educadores!
O acompanhante terapêutico (AT)
Foi no final da década de 1960, na Argentina, que surgiu o trabalho do acompanhante terapêutico (AT) para autismo na escola, uma necessidade para pacientes que obtiveram pouco sucesso apenas com as intervenções clínicas tradicionais em consultório. Essa prática é a cada dia mais utilizada no processo de inclusão de crianças e adolescentes que estão no espectro, pois é complementar ao que é realizado em consultório.
No geral, o AT é um profissional formado ou estudante de pedagogia/psicologia, que recebe orientação e supervisão da equipe de especialistas para saber como melhor proceder com crianças com autismo na escola. Seu trabalho tem como objetivo garantir que seja possível que o pequeno aproveite os recursos ofertados pela escola e realize suas propostas pedagógicas e sociais.
O papel do acompanhante terapêutico é ajudar o paciente a compreender as regras sociais e oferecer ferramentas para expressar de forma adequada seus sentimentos e emoções. Também é necessário que o AT ofereça suporte psicológico e educacional, orientando professores e familiares, para que todos saibam acolher e oferecer às crianças e adolescentes um ambiente saudável.
É excelente quando a coordenação do colégio aceita nossa parceria e possibilita o trabalho em conjunto, sempre em prol da criança. Assim, a soma de todos esses fatores determina o sucesso de um trabalho!
Promovendo a autonomia da criança na escola
Como explicamos, dentro da escola o acompanhante terapêutico é fundamental no desenvolvimento dos pequenos com autismo. A função do AT de mediar as interações do aluno com os professores e colegas, facilita a participação nas atividades pedagógicos e sociais, oferecendo ferramentas que permitam o entendimento do paciente daquele contexto e também segurança para sua participação de forma autônoma.
No entanto, é preciso tomar muito cuidado para que a criança não crie uma dependência do profissional! O trabalho é cuidadoso e sempre tem como objetivo a independência e autonomia.
O AT é, dessa forma, um ajudante, um acompanhante cuja meta é ajudar a incluir o pequeno em seu ambiente escolar!
O trabalho na escola visa a promover a autonomia do indivíduo, proporcionando melhora na qualidade de vida, organização e planejamento mental, permitindo aquisições e ampliação das habilidades e interações sociais das crianças.
Esse acompanhamento acaba por auxiliar a criança também nas rotinas diárias em ambientes de convívio social, como escolas, clubes e até na própria casa. Além disso, gera autoconhecimento, maior autonomia e dá ainda mais possibilidades de desenvolver ao máximo o potencial do indivíduo, objetivo principal do processo terapêutico!
Referências:
NASCIMENTO, Verônica Gomes; SILVA, Alan Souza Pereira e DAZZANI, Maria Virgínia Machado. Acompanhamento terapêutico escolar e autismo: caminhos para a emergência do sujeito. Estilos clin. [online]. 2015, vol.20, n.3 [citado 2018-02-14], pp. 520-534.
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