Autismo leve
O autismo leve não é um estado passageiro, mas uma condição que acompanha o indivíduo ao longo do seu desenvolvimento. De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID-10), constitui-se em um Transtorno Global do Desenvolvimento no qual pode haver comprometimentos em determinadas áreas, tais como atraso da fala, socialização, aprendizagem, motricidade, aspectos sensoriais e pouco contato visual.
O autismo leve pode passar muitas vezes despercebido quando ainda bebê, porém no decorrer do desenvolvimento infantil é possível notar os sinais.
O autismo, como sabemos, é um espectro, ou seja, é um quadro que pode ir do mais leve ao mais grave. Por ser a forma mais sutil, o autismo leve pode passar muitas vezes despercebido. Isso acontece, sobretudo, quando a criança ainda é um bebê. Porém, no decorrer do desenvolvimento infantil, é possível notar os sinais. Essas crianças podem ter um campo de interesses limitados e peculiar, além de comportamentos estereotipados. Desta forma, é de extrema importância que os pais fiquem atentos ao desenvolvimento nos primeiros meses da criança, para que, se necessário, haja uma intervenção precoce. Quanto mais cedo a intervenção começar, mais chances temos para uma boa qualidade de desenvolvimento da criança.
Negação
Geralmente, quando há poucos traços, eles são minimizados. É comum uma das pessoas da família se preocupar, enquanto todas as outras dizem que “não é nada!”. É uma situação muito difícil, porque, como são poucos sinais, tendemos a olhar as características do autismo que a criança não tem.
Assim, é preciso estar atento a esses pequenos sinais. Eles podem ser “normais”, mas também podem revelar um desenvolvimento atípico. Por isso, é sempre aconselhável, nesse caso, levar a criança a um especialista sério e competente. Aceitar os sinais de autismo leve e um diagnóstico bem conduzido é sempre importante, pois só assim é possível trabalhar para que a criança se desenvolva plenamente e com autonomia!
Um caso real de autismo leve
Rodrigo é um garoto esperto, que tem muitos comportamentos “não autísticos”. Ele tem um repertório muito interessante de compartilhar olhar com os pais e outras pessoas, além de entregar brinquedos e falar algumas (poucas) palavras, com 2 anos de idade. Apesar disso, o pai percebe sinais desde que ele tinha poucos meses de idade. Relata ter achado estranho ele gostar muito de olhar reflexos e luzes. Ficava mais interessado em olhar as luzes dos lugares que iam do que as pessoas que estavam lá. Mas a mãe, a avó e toda a família diziam que Rodrigo estava evoluindo e que aquele comportamento era normal. Mostravam todos os avanços do garoto e o quanto ele era inteligente, afetivo e meigo. Afinal, ele realmente fazia muitas coisas.
Contudo, seu repertório era um pouco abaixo do esperado para crianças da mesma idade. Ele precisava falar mais, olhar mais, compartilhar mais. Suas interações não eram frequentes, e ele também tinha algumas estereotipias bem disfarçadas de movimentos com os bracinhos. Ah, sem contar o jeitinho peculiar de correr para ir de um ponto a outro. Assim, esses “pequenos” sinais eram bem importantes!
O que fazer?
Casos como esses são os que têm melhor prognóstico! Isso quer dizer que as chances de melhorar são muito maiores, pois são poucos sinais. No entanto, o que vemos na prática é que, exatamente pelo fato de ser autismo leve, as pessoas adiam a busca por ajuda. Isso pode condenar a evolução – e não podemos perder tempo! É buscando ajuda o quanto antes que podemos ajudar nossos pequenos. Quanto mais cedo se iniciar a terapia, melhores e mais rápidas são as evoluções!
Quando falamos sobre autismo leve, não podemos deixar de falar sobre o acompanhamento profissional qualificado. E que o mesmo profissional faça um planejamento e elabore uma estratégia de acordo com a necessidade da criança. Para que se tenha uma evolução, a terapia precisa ser adequado para cada criança TEA.
As abordagens comportamentais cognitivistas se preocupam com questões que envolvem comportamentos e atitudes. Em geral, elas direcionam e objetivam a intencionalidade e a autonomia das ações. O envolvimento dos familiares é imprescindível para o sucesso das intervenções. Os pais recebem orientações detalhadas para poder colaborar na terapia.
Assim, buscamos a participação de todos! Para que nossos pequenos se tornem mais autônomos e mais expressivos, todos podem ajudar.
Veja no vídeo abaixo as diferenças entre autismo leve e autismo moderado: