A “cura” do autismo
Afinal, depois de tantas conversas sobre o tema, o autismo tem ou não tem cura?
Não, o autismo ainda não tem cura! Tem muita gente no mundo pesquisando sobre remédios, medicamentos, intervenções e terapias que possam reconstruir as conexões neuronais que estão presentes no TEA, mas ainda não existe nada que o cure totalmente.
Contudo, talvez precisemos fazer uma pergunta anterior: quando falamos em saúde mental, será que existe realmente uma cura para os nossos estados de sofrimento? Cura para a esquizofrenia, para TOD, para depressão?
Cuidado com a ilusão de dietas milagrosas, vacinas e injeções que curam o autismo, porque ainda não existe nada disso!
Existe uma cura para um transtorno?
O autismo não é uma doença para a qual existe um remédio único e salvador. O autismo é um transtorno. Não é como uma infecção ou dor de garganta, para os quais tomamos um antibiótico, e a doença é eliminada. O transtorno afeta células do cérebro, neurônios – e a interconectividade entre eles. Com isso, é todo o repertório de comportamentos do organismo, com suas ações e reações, suas emoções, seus pensamentos, e assim por diante, que é afetado. Um “transtorno” não é uma lesão ou uma infecção localizada, ele afeta o organismo de um modo global. Assim, uma cura não é uma impossibilidade, mas é bem mais difícil de ser encontrada do que no caso de um vírus ou uma bactéria!
Afinal, se não tem cura, o que podemos fazer? Buscar a ajuda de profissionais capacitados e iniciar um tratamento o quanto antes!
A intervenção precoce
Sabemos que a intervenção precoce, no cuidado especializado em terapias comprovadas, reduz os sintomas e deixa a criança com cada vez menos características de autismo. Dessa forma, quanto mais cedo se começar a intervenção, mais promissores são os resultados. Mas, ainda assim, não se tem a cura completa para TEA.
O que conseguimos é uma regressão dos atrasos – que, na maioria das vezes, diminuem em uma porcentagem bem baixa. Assim os pequenos podem até não apresentar mais nada de “característico” do autismo, possibilitando um grande desenvolvimento da aprendizagem e uma vida independente no futuro. Mas lembrando: eles não deixam de ser autistas, não saem do espectro. Se as terapias pararem, a criança pode desenvolver outros atrasos.
Não busque por uma cura a todo preço!
Sempre procurem por intervenções e cuidados que sejam cientificamente comprovados! Muita cautela com a ilusão de dietas milagrosas, vacinas e injeções que curam o autismo, porque ainda não existe isso!
Assim como existem muitos mitos sobre a causa do autismo, também existem muitos outros sobre sua cura. Cuidado com essas promessas falsas. Trate seu filho com o que existe de comprovação científica, que é ABA, psiquiatra infantil, neurologista infantil, fono e profissionais qualificados para indicar medicação e o que for necessário.
O importante é promover a autonomia dos nossos pequenos de forma responsável, paciente e cuidadosa, sem acreditar que um milagre irá curá-los!
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